INSATISFAÇÃO FEMININA
Quem leu a Revista Época de 19 de outubro de 2009 ficou informado sobre
um estudo feito por Betsey Stevenson e Justin Wolfers pesquisadores da
Universidade da Pensilvânia nos Estados Unidos. Neste estudo eles mostram a
insatisfação feminina nas últimas três décadas.
Ficou comprovado que, se de um lado as mulheres estão com toda a
liberdade que sempre almejaram; ou seja, a de decidir sobre a própria vida
prática – profissional, por outro lado, mostram-se em grande maioria, altamente
insatisfeitas e cansadas tristes e estressadas, no que se refere ao campo
afetivo.
A verdade é que até os anos 60 antes, da verdadeira emancipação da
mulher, elas se “contentavam” com seu papel de esposa e mãe, mas, sabe-se
também, que muitas delas sentiam um vazio em suas vidas, algo lhes faltava para
sua felicidade. Elas tinham tudo, vamos dizer assim, no campo afetivo - no
subjetivo. No entanto, algo lhes faltava no campo objetivo - no prático.
Será que a emancipação da mulher deu certo? Por que será que muitas
estão insatisfeitas se conquistaram tudo o que queriam e que “achavam” que ia
fazê-las felizes? E por que não estão? Não que eu seja antifeminista, isso não,
mas concordo com o velho ditado que diz: “Não se pode servir a dois senhores”.
As mulheres saíram de casa, queimaram sutiãs, gritaram por liberdade, por
igualdade de direitos e agora estão cansadas, claro, pois continua em suas
costas a responsabilidade emocional pela casa e pela família, criando-se assim
o pesadelo da jornada dupla e por que não dizer tripla de toda mulher que
trabalha fora. Além da preocupação em ganhar mais dinheiro, poder e sucesso
elas ainda têm de ser mães, donas-de-casa, mulher e aparecer sempre lindas,
maravilhosas, jovens, e sexy. Ufa!!!. Claro, elas não estão conseguindo segurar
as barras do cotidiano. Não resta a menor dúvida de que esta multiplicação de
papéis que a mulher, dita moderna e emancipada, carrega sobre seus ombros é que
está trazendo para ela toda essa insatisfação, essa tristeza e essa angústia
sem fim.
Para que a mulher encontre o equilíbrio entre o objetivo e o subjetivo é
preciso que ela repense seus valores e resolva de que lado deseja estar. Que
papel ela deseja exercer neste mundo cruel. Enquanto isso não acontece, muitas
optam pelo trabalho, pelo sucesso profissional em detrimento da família mas,
com os anos, ela mesma descobre a falta que uma família faz e aí começam o
dilema e as frustrações.
Na reportagem da “Época,” aparece uma pergunta: “Será que os conservadores que sempre denegriram o feminismo como
antinatural teriam razão? Será que as mulheres seriam mais felizes se
retomassem seu tradicional papel de mães e
esposas”?
Posso até está passando ao leitor a imagem de uma mulher anacrônica,
antiquada, uma mulher com ideias atrasadas, mas sinceramente, acho que a mulher
seria muito mais feliz se soubesse dosar a sua carga horária com a sua vida
pessoal e familiar. Claro que acho importantíssimo que ela trabalhe fora de
casa, que ocupe o seu lugar na sociedade e no mercado de trabalho, que alcance
o seu sucesso e sua independência financeira.
Agora, o trabalhar fora o dia inteiro e o cuidar da casa e da família,
decididamente, não formam um par perfeito. Por isso, faz-se necessário que a
mulher saiba equilibrar bem esse dualismo: trabalho e família, só assim, ela
talvez consiga atingir o caminho para a tão sonhada felicidade.

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